Monthly Archives:

September 2008

Day-to-Day

Dia estranho!

September 29, 2008

Sabe aqueles dias que você acorda se sentindo no corpo errado? O que você tá dentro é meio grande demais pra você, ou pequeno demais? Foi assim que eu acordei hoje.

Ontem eu cheguei em casa eram quase 1h da manhã, fui jantar e depois caí direto na cama e morri. Acordei de súbito, no meio de um sonho, em que alguém gritava que eu estava atrasado. Abri os olhos, às pressas, alcancei o celular. Eram 6:51. Nem deu tempo de pensar. Calcei o tênis, joguei uns cadernos e apostilas na mochila, tomei um copo de iogurte, ou foi nescau? Eu tomei alguma coisa? Peguei uma banana, ou era um pacote de biscoitos, não sei mais, e fui comendo na rua. A roupa, exatamente a mesma que eu dormi, ou seja, a mesa do teatro, exceto que agora estava de tênis.

O dia parecia estranho. Estava MUITO claro, muito sol. E ao mesmo tempo, frio. As coisas passavam como que nebulosas, deixando seu espectro ao longo do caminho. Minha mente se concentrava em não dormir, com música ribombando nos ouvidos, a casca da banana ou a embalagem do biscoito nas mãos, comendo.

Tropeçando em meus próprios pés e com aquela luz cegante em minha vista, apertava os olhos enquanto passava as mãos pelo rosto e cabelos, a fim de parecer menos que tinha acabado de pular da cama. Não funcionou, é claro.

Quando dei por mim, estava no meio da Paulista. Entre as duas pistas. Acho que o sinal de pedestres estava fechando, eu corri e cheguei até a metade, mas tive que esperar os carros pararem de novo. Os motores rugiam desproporcionalmente altos. “Acordei” novamente quando tava entrando no cursinho. Fiquei na dúvida. Banheiro, água, ou correr pra sala, pra não correr risco de perder a aula? Preferi a aula. Assim que pisei na sala, o sinal tocou.

Sobrevivi à manhã. Fui almoçar, sentei numa mesa e fui subitamente cercado por empresários que sentaram ao meu redor, conversando alto. MUITO alto. Não me lembro de uma palavra do que diziam. Saí do restaurante andando de lado e consegui chegar até em casa. Agora, terminei de responder o que tinha pra responder, e to indo dormir de novo, pra o resto do dia voltar ao normal!

Bons sonhos a todos.

Day-to-Day

Coisas simples…

September 28, 2008

Sabe aquelas bobagenzinhas que você faz, e depois reflete que aquilo significou algo?

Acho que posso dizer que me aconteceu agorinha. Tirei as roupas secas do varal (depois de três dias penduradas lá, nem metade tava seca), e trouxe pro quarto. Trouxe também a tábua castigada de passar, e o ferro que a gente comprou ontem. E aí comecei a passar as roupas. Foi aí que eu pensei a besteira.

“Eu mesmo não diria que faria isso tão ‘logo’ em minha vida. Lavar e passar minhas próprias roupas…”

Depois de pensar, fiquei rindo um tempão. Já tô quase pronto pra ser um dono-de-casa completo. Agora só falta cozinhar, e costurar. Mas costurar é bônus.

Day-to-Day

"Três Mexican Burger, por favor!"

September 28, 2008

Ontem foi um dia peculiar. Um dia de Ferradans. Acho que foi a maior concentração desse sobrenome nos últimos… três anos, eu diria.

Estava eu aqui, tranqüilo, relaxado e ocioso, ouvindo a maldita musiquinha do post quase aí embaixo, quando Marcos liga. Diz que tá vindo com o equipo, pra eu abrir a porta quando ele chegar.

Aos desinformados, o que ele estava trazendo corresponde a um consultório completo de odonto. A cadeira, os móveis, compressor, bombas, mangueiras, luz, tudo. TUDO. Lucas e André ganharam um, e aí tava chegando ontem. Me juntei a eles pra trazer as coisas pra cima. Depois chegou Marcos. Terminamos de colocar tudo no quarto de Lucas, meio amontoado num canto. Tinha também quatro móveis pequenos, para colocar instrumentos. Com o intuito de esvaziar o quarto um tanto, André pegou um desses pro quarto dele, e eu peguei um pro meu. O de guardar os alicates! Evil, ain’t it?

Depois fomos, nós quatro, à Liberdade, comprar filmes. O standcenter aqui perto fechou, e agora local mais próximo para adquirir o artigo ilegal “Filme” é a Liberdade. O critério de escolha: “Olhou para a capa, pensou um pouquinho, leva”. Saímos abarrotados de filme. Na saída, mais uma infinidade de artigos à venda. O tabuleiro mais interessante tinha ESCOVAS DE DENTE, falsas, é claro. Eu e André ficamos rindo horas. Por fim, voltamos à casa de Marcos, de táxi.

Resgatamos o senhor Iago e saímos de carro, para comer algo em algum lugar. Rodamos bastante, sem sair muito do lugar, conversando sobre filmes, sobre futebol e os jogos de Lucas na USP. O time é patrocinado por uma cerveja, então, a galera bebe o quanto quiser! Hahahaha!

Fomos pro América, na Paulista. Marcos sugeriu o tal Mexican Burger. Eu, Lucas e André pedimos o dito cujo, e Iago pediu um filé de frango com arroz e molho de tomate. E ali estávamos nós, quase todos os homens da família Ferradans em solo brasileiro. Foi engraçado. Mas, foi familiar. Depois, deixamos o carro em casa e fomos caminhar, à procura de um ferro de passar roupas, já que o nosso tinha quebrado… Compramos um nas Americanas e acompanhamos Marcos até em casa. Depois, voltamos para nossa agradável residência e cada um foi ver um filme diferente.

Perto das 23h, saio no corredor, depois do segundo filme, e me deparo com André, sentado perto da porta da frente, com o computador no colo. “É que aqui a internet tá funcionando melhor!”. Rimos. Peguei minha água, e fui ver minhas roupas no varal, que insistem em não secar. Quando voltei pro quarto, André já havia partido de sua “posição avançada”.

Ontem foi divertido. Bastante divertido.

Day-to-Day

Cuidado: Frágil! – Background 01 – O Roteiro

September 28, 2008

Estava a conversar com Diego, sobre o curta, tudo que deu certo e o que deu errado, quando me veio na cabeça escrever sobre os momentos de produção deste que foi meu último “trabalho” em terras soteropolitanas. Como também sinto falta de postar no blog da PBP, vou fazer um post meio gigante, narrando toda a história da produção. Dia por dia. Fase por fase, ETAPA por ETAPA.

Vou falar tudo que se passou por trás do filme, todos os pensamentos, ah, TUDO. Vocês entenderam o espírito. Alguns fatos podem não ser perfeitamente encaixados nas datas, mas estou me esforçando pra acertar todas.

Era uma tarde de segunda feira de Julho. Dia 07, para ser exato. Eu estava na casa de tia Ká, não me lembro mais por que motivo. Provavelmente buscando alguma encomenda. Então, no elevador, fiquei olhando para a câmera de segurança.

Algum tempo antes, logo que Fê e Ká se mudaram para aquele prédio, ela me mostrou que dava pra assistir as câmeras de segurança pela televisão, ver quem tava no elevador, na garagem, etecétera.

Enquanto encarava a câmera, pensava. “Quantas pessoas será que estão me assistindo nesse exato momento? Provavelmente nenhuma. Será que alguém fica fazendo isso o dia todo?”. Essa foi a semente. Enquanto fiquei por lá, conversando com minha tia e com Mel, imaginei uma garota que passava seus dias assistindo aquele canal da câmera de segurança dos elevadores, e se utilizava disso, junto com um tanto de charme, para conseguir os homens que queria, escolhidos a dedo.

Na saída, eu estava carregando caixas. Era isso que eu tinha ido buscar. Uma encomenda, numa caixa grande. E aí veio o segundo estalo do filme. O truque dela seria baseado em caixas. Ao chegar em casa, comentei com Lila que tava com uma idéia pra um curta, e falei que ia escrever o roteiro.

Nessa mesma noite, escrevi a primeira versão do dito cujo. Era algo bem precário, e ainda cheio de furos. Os diálogos não existiam também, só os assuntos que seriam tocados. Levei algumas horas pra fazer isso. Nada de estrutura ainda. Só alguns comentários sobre câmeras, e os personagens. Vamos entrar em mais detalhes, sim?

Em sua essência, o filme é conduzido por câmeras de segurança, imagens de elevadores. Coisas comuns, que qualquer um poderia estar assistindo, mas não o faz, por não ver conteúdo. Esses “olhos vazios” guiam a história adiante.

No lado dos personagens, temos uma garota que não conhece o “amor” própriamente dito. Ela até o entende, mas não o conhece. Só fica com a parte do prazer. No mundo em que vivemos, ela inclusive seria o sonho de qualquer rapaz. Só o prazer, sem nenhuma idéia de compromisso. Enquanto escrevia, essa personagem ia se moldando ao redor de uma pessoa em particular que tinha pincelado a minha existência. Mais para frente, saberão quem foi.

Contracenando com ela, temos o “rapaz escolhido da vez”. Ele cai no truque. Simples assim. Quase simples. Não é o tipo de rapaz que você encontra em qualquer lugar por aí. Também foi baseado em uma pessoa real. No caso, esse eu digo de antemão que eu era a fonte de inspiração. Hahahaha. Meio egocêntrico, mas… sigamos adiante.

Para quem assistisse o filme pela primeira vez, parece que se trata de um encontro aleatório que dá muito certo, iniciando uma linda história de amor. O final derruba essa idéia, com uma pitada de comédia e interação entre personagem e espectador.

No geral, pode-se dizer que Cuidado: Frágil é um filme sobre relacionamentos, sobre amor, sobre elevadores, caixas e câmeras de segurança. Também fala como a convivência nos tempos atuais é tão intensa e efêmera, quase banal. É um dos roteiros que eu mais gostei de ter escrito e acredito no potencial dele.

Então, aí estava eu. Um roteiro parcial pronto, às onze da noite. De uma quinta feira. Não sei se vocês já passaram por coisas assim, mas, quando você escreve algo, pra levar a sério, e precisa de uma opinião externa, sacam? Então, entro no MSN, e quem encontro? Vick, e Juliana. Eu não falava com Vick tinha muito tempo. Mas, ela ia ter que me aturar! Expliquei que tava trabalhando num roteiro novo, um último antes de vir embora, pedi uma opinião pra ela. Ela disse pra mandar o referido. Mandei. E Juliana, ah, mandei o arquivo e disse que era uma idéia de roteiro.

Não demorou muito, as duas responderam que gostaram da idéia. Juliana já começou a pensar no que tinha que providenciar, e Vick perguntou quando eu pretendia fazer os diálogos. Respondi que não sabia. Fazer as duas partes de um diálogo é bem complicado, ainda mais quando não se sabe discorrer sobre os assuntos. Ela riu. Perguntei se ela não topava me ajudar. “Tudo bem”. Já tava muito tarde, decidimos deixar pra a próxima oportunidade. Fomos os três dormir com o tal roteiro na cabeça.

Depois de escrever a primeira versão, não mexi mais no projeto até o dia seguinte, quando vi um panfleto do evento que mudou minha vida, da Computação para o Audiovisual. O Festival Dos 5 Minutos. Era isso. Eu tinha que fazer esse filme como minha última obra em Salvador, com a equipe que eu queria, tudo perfeito, custasse o que custasse, pra concorrer no festival!

Não sei quantos já estiveram envolvidos numa produção decente, mas, alguns pontos são fundamentais. Elenco, equipamento, tanto de som como de vídeo, locações, transportes, ensaios, fotos, trilha sonora e a produção de tudo mais que for necessário no dia, que, no nosso caso, eram as caixas. Parece bastante? Pois bem, é MUITO mais do que você imaginou.

Na noite seguinte, lá estava eu, encarando minha ‘semi-página em branco’, concentrado em começar os diálogos, mas completamente emperrado, quando pisca uma janelinha de MSN, de alguém falando comigo. Vick. Genial. Ela pergunta se dá pra a gente fazer as falas do roteiro agora. Respondo que tava começando a tentar. Rimos, os dois. Discutimos um tanto sobre os personagens, terminamos de criá-los, em seus mínimos detalhes. Suas vidas, suas maiores alegrias e tristezas, cores e comidas favoritas, hobbies, etc…

Até então, eles se chamavam “Ele” e “Ela”. Pra avivar o diálogo, provisoriamente passamos a chamá-los de Ulisses e Lóri, do Livro dos Prazeres. Depois do briefing, passamos para o diálogo. Vick fazia as falas de Lóri, eu, as de Ulisses. A qualquer momento, um podia opinar na fala do outro, sempre entre parênteses, como sinal de “em-off”. De uma levada, conseguimos fazer todos os diálogos. E olha que não foi fácil. Tinha tempo que eu não conversava tanto com a senhorita Vasconcelos.

Depois dessa primeira versão dos diálogos, no dia seguinte, parei por mais algum tempo para amarrar algumas pontas soltas, e terminar de fechar o roteiro. Vale lembrar que não tínhamos um título ainda.

O título apareceu enquanto eu voltava pra casa, num engarrafamento particularmente longo e chato de fim de tarde de sexta. Estava pensando em tudo que faltava, pra terminar o roteiro, quando concluí que precisávamos de um título. Depois de coisas como “Caixas”, “Amores e Elevadores”, “Caixas e Elevadores”, “Desconhecidos”, e mais bizarrices, ele me apareceu, brilhando em letras douradas: “Cuidado: Frágil”. É perfeito para a história. Bate perfeitamente com as caixas, numa referência direta, e também envolve o relacionamento, que é frágil, curto, breve e sem consistência, e além disso, inclui a mocinha, que, por trás de todo aquele “não-amor”, era frágil e delicada.

Pensei um bocado e, por fim, concluí que é melhor não colocar o roteiro aqui. Ele ainda vai sair do jeitinho que a gente sonhou.

Depois de mandar pra Vick e Juliana, e finalizar o bichinho, mandei para algumas várias pessoas cujas opiniões eu considero bastante, e só obtive boas respostas. Decidi seguir adiante. Vale ressaltar que entre a primeira versão e a versão final, tivemos quase uma semana de desenvolvimento, um bocadinho a cada dia.

A partir daqui começa a “produção” propriamente dita, então, essa parte já estará no próximo post!

Aguardem, e verão!

Ah, a marca do filme surgiu pouco mais de uma semana depois do primeiro rascunho de roteiro, sendo concluída no dia 15 de Julho. É essa famosa aí embaixo.

Day-to-Day

Vício

September 27, 2008

Sabe quando você ouve uma música uma vez, e ela gruda em sua cabeça por horas, dias, semanas?

Fui vítima de uma dessas. “The Hush Sound – Lions Roar”. Tava vendo animações, e me deparei com essa aí embaixo, com a música. Aí já era. Se forem assistir, tomem cuidado pra não viciar.


Typography – Lions Roar

Day-to-Day

Por que?

September 27, 2008

Por que eu sempre me queimo comendo essa lasanha?! QUE INFERNO! Hahahaha

E esse “por que” tá corretamente aplicado, e pode ser substituido por “por que motivo”…

Day-to-Day

Caixas, fotos, carteira de estudante.

September 27, 2008

Lá venho eu novamente continuar minha saga por estas terras bravias e inexploradas que representam o sudeste de nosso glorioso país.

Comecei a escrever o post ontem, e esqueci do que ia falar, mas tudo bem. Vai voltando enquanto eu continuo.

Mais um dos filmes surreais que assisti essa semana foi “Mais Estranho Que a Ficção”. Sabe aqueles filmes que batem e você precisa de um tempo sem fazer nada, só pra absorver a história? É desses. Não é pesado. É genial. Assim que acabou, peguei o mp3, vesti uns casacos e me mandei pra a rua. Eram 20h30. De Quinta feira.

Fui sem rumo. Passei pela Oscar Freire, um monte das paralelas e perpendiculares, e numa esquina vi mais caixas do que a gente juntou durante toda a produção de Cuidado: Frágil. Eram caixas demais. Fiquei um tempão sentado num banco, só olhando aquelas pilhas gigantes. Depois Pearl Jam substituiu Phoenix em meus ouvidos, e me pus em movimento de novo.

Ainda sem rumo, deparei-me com uma padaria, “Juliet”, ela se chamava. Foi amor à primeira vista. Entrei e comprei uma rosca/torta/bolo/doce de chocolate. Aí resolvi que já era hora de voltar pra casa.

Ontem, desenterrei a câmera fotográfica do armário e retomei as fotos. Em conseqüência a isso, peguei uma oportunidade única, perto das 20h40. Ouço uma gritaria do lado de fora da janela e quando abro, me deparo com a rua toda tomada por ciclistas. ERAM MUITOS! Eles gritavam “Vá de bicicleta!”, “Deixe o carro em casa!”. Fantástico. Consegui tirar umas duas fotos. Nada espetacular, só registros mesmo.

Por fim, hoje arrumei minha carteira de estudante. Tava precisando, pra ir ver uma peça no dia 10, com a srta Vasconcelos. Tava caminhando de volta, depois de comprar meu maravilhoso almoço, tirando fotos por aí, quando vejo um rapaz perto de um carro e acenando em minha direção. Tiro os fones de ouvido e olho pra ele.

– Tira uma minha aqui, parceria!

Sorri, tirei a foto do sujeito. Ele agradeceu, acenei de volta, e peguei meu caminho de casa. Ri o tempo todo. Mas não só por achar graça da situação, mas, por ser algo totalmente inusitado! Ganhei meu dia com essa!

Enfim, hoje ainda não sei o que vai rolar, mas, amanhã vou ao teatro, na Liberdade. Ver “Os Bandidos”, com Nádia. A peça dura 5h. CINCO horas. Vou de fotógrafo! Com crachá e tudo! Ahá! Agora eu quero ver!

É, acho que lembrei de tudo que eu tinha pra falar! E agora vou partir, pra botar a lasanha no forno! Quando terminar de mexer nas fotos, coloco algo mais por  aqui!