Day-to-Day

[CINE] Rito.

September 20, 2010

BEWARE: Fui contatado pessoalmente pelo diretor, para que tirasse o post do ar. Mudei umas coisas, e agora não é mais possível saber quem é o “Que-Não-Deve-Ser-Nomeado”.

Depois de muito enrolar e quase chegar à decisão de abortar o post sobre o Rito, resolvi escrever logo essa bagaça, e também porque tenho mais outros TRÊS sets pra narrar, então se acumular, já era!

Honestamente falando, esse foi o Cine com mais problemas. Mas não eram problemas espalhados, todos eles se concentravam ao redor de uma única pessoa. Um dos motivos de não querer falar sobre esse Cine, é que não daria pra falar dele sem deixar passar os enormes deslizes do nosso querido diretor Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.

A grande insegurança do elemento fez com que o filme mais simples se tornasse um verdadeiro pesadelo. Com um storyboard e decupagem mal definidos, mudava a câmera de lugar de acordo com sua vontade (claro, jogando o peso da Arri nas costas dos fotógrafos). Falando em foto, era responsáveis Camila Luppi e Anna Júllia Santos, (diretora do Comando e diretora de arte do Vingativa Dra. Vanessa respectivamente, entre outras funções), uma luz bem difusa, com destaque para os pontos próximos aos abajures em cena. Ah, como deu pra notar pelo comentário sobre a câmera, o Rito foi feito em película, Super 16mmm, novamente com uma câmera da JKL.


Se “fotógrafa”, então “egípcia”.

No roteiro da Ludmila (que também fez a direção de arte), acompanhamos a descoberta da sexualidade (será que dá pra dizer isso?) por Eduarda, que começa a flerta com Júnior, amigo de seu irmão, e que acabou de chegar do exterior. Eduarda é interpretada por Nina, Júnior por Tiago e Tomas, o irmão da garota, é Erick. Tomas, assistindo de fora a situação, acaba tomado de ciúmes e tendo reações inesperadas.

Nessa onda de mudar enquadramentos, lentes e o escambau, não é de se admirar que a equipe e os atores ficassem ociosos por muito tempo, deitados nas mantas de som, ou no sofá que fazia parte do cenário, e tirando verdadeiros cochilos de longa duração. So quem não dormia eram as fotógrafas, sempre argumentando com o Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, sobre as mudanças de quadro, e os pitacos na iluminação. Sério, galera: ou você dirige o filme, ou você fotografa!

Felipe (que fotografou o Zero) era o operador de câmera, e eu era seu assistente, brincando um bocado com foco, fotometrando – medindo a luz -, trocando as lentes e ajudando a posicionar a câmera. Mais ou menos o que fiz no Raposa, só que agora já entendendo melhor cada coisa e objetivo.

Definitivamente esse foi o set onde tirei menos fotos de ação ao longo do filme. Era tanto tempo entre cada take que eu desanimava de ficar por perto, com a câmera a postos. Então a 7D passeou pela mão de quase todo mundo, que colaborou com alguns cliques. Honestamente falando, se esse fosse um dos primeiros Cines, eu pensaria muitas vezes antes de querer repetir a dose do exercício. Cortou GERAL o clima.

Tínhamos o quarteto de ProduSom. As duplas Mari Chiaverini/Helena, e Fábio/Ana Paula, fizeram Produção e Som, respectivamente no Rito, mas no Zero, Fábio/Ana Paula fizeram produção e no Comando Mari Chiaverini/Helena fizeram som. Tinha tanta comida, mas tanta comida, que todo mundo saiu empanturrado, todos os dias, e ainda sobrou no fim do filme – ganhei um pacote de Bono de morango! Como diz a Bia “equipe bem alimentada é equipe feliz!”

No segundo dia, eu e a May saímos levemente atrasados, já com medo de chegar tarde demais, quando nos deparamos com uma das situações mais bizarras que já passei em São Paulo. O motorista do ônibus (Cléber, para os íntimos) NÃO SABIA a rota que estava fazendo. Nem o cobrador. A princípio, uma velhinha estava dando as indicações, o que achamos muito estranho (“quem essa mulher pensa que é, pra ficar dando pitaco na rota?”). Por muita sorte do destino, não passamos da catraca logo na entrada, e pudemos ir guiando o camarada até dentro da USP – depois da indicação dessa mesma velhinha, que nos explicou que era o primeiro dia do cara no trampo. Ao longo do trajeto, ainda indiquei caminhos para duas outras moçoilas quase tão perdidas quanto o motorista, que se encontravam na parte dianteira do ônibus. Dá pra acreditar nisso? Ah, e mesmo com o atraso e o ônibus louco, chegamos antes do diretor.


Nessa diária as coisas estavam tão paradas que resolvi animar Amanda (responsável pela maquiagem) e pedi pra ela fazer um olho roxo em mim. O primeiro saiu um fiasco, o segundo ficou mais caprichado. A moda pegou e até o fim do dia era grande a quantidade de pessoas com a cara pintada dentro do set.

Fernanda/Lady Gaga, assistente de direção.

Por conta desses longos intervalos entre os takes, a equipe tinha muito tempo de conversar, e foi a partir daqui que surgiu um novo grupo de produção. Somos parte da parada eu, a May, Ludmila, Felipe, Erick, Camila e Simon (único elemento externo ao set, apresentado pelo Erick). Tenho peripécias dessa galerinha da pesada pra contar, mas ainda preciso de tempo! Rodamos um vídeo pro Festival do Minuto aqui em casa ontem e quase destruímos o apartamento!

Fábio, preparado para uma quadrilha. Ana Paula também tava na pegada!

Esqueci de mencionar que a cantoria rolava solta nos momentos descontraídos do set. Tirando os (poucos) momentos em que estávamos de fato rodando a película, sempre tinha alguém – ou várias pessoas – cantando alguma coisa. Não faltavam dotes musicais. Na terceira e última diária, tínhamos um violão na base de produção. Ficou combinado que quando acabasse o filme, iríamos nos reunir num sarau. No fim das contas, poucas pessoas de fato ficaram, mas ainda assim foi deveras divertido!

Com uma direção mais confiante e um mínimo de planejamento, o Rito podia ter sido rodado (com folga) em duas diárias. Num filme onde a ênfase está nos olhares, reações e outros traços dos personagens, ficar fazendo planos abertos é desperdício de tempo, película e atuação. Adivinhem o que mais aconteceu? Exatamente, planos gerais. Céus, fico irritado só de lembrar. Melhor encerrar o post por aqui. Em resumo, o fim do Cines passou longe de uma chave de ouro, mas a diversão no set foi incomparável.

  • May September 20, 2010 at 10:51 pm

    Sem comentários a respeito da direção!

    Agora…

    “Tínhamos o quarteto de ProduSom. As duplas Mari Chiaverini/Helena, e Fábio/Ana Paula, fizeram Produção e Som, respectivamente no Rito, mas no Zero, estavam com funções trocadas.”

    Não é no Comando? Quem fez som no Zero foram o Labaki e o Henrique!

  • Tito Ferradans September 20, 2010 at 11:00 pm

    Obrigado pela correção. Já vi que eu tô ficando muito louco.

  • Ferradans. · [SET] Missão Possível. September 23, 2010 at 8:11 pm

    […] faz muito sentido falar do começo de novo, uma vez que já falei das origens do grupo no post do Rito. Somos sete. Camila Luppi, Erick Krominski, Felipe Abreu, Ludmila Naves, Mayara Guimarães, Simon […]